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O Rafeiro do Alentejo

História da raça

História da raça - ACRA

Julga-se que poderá ter a sua origem em Molossos provenientes da região da Ásia Menor.

O certo é que dada a sua corpulência e valentia foram utilizados por tribos cuja subsistência dependia da pastorícia, desempenhando um papel fundamental neste tipo de comunidade.

Com o aparecimento do fenómeno designado por transumância, o qual levou à deslocação temporária de grandes rebanhos, verificou-se que estes se encontravam expostos a vários perigos durante as grandes caminhadas. No trajecto que efectuavam no Verão para as montanhas e no Inverno para as planícies, os rebanhos eram sempre acompanhados por cães de grande corpulência, o que terá dado origem à sua disseminação ao longo do percurso de região para região. Assim se explica o surgimento deste poderoso cão na planície Alentejana, o qual a partir de finais do século XIX passou a ser designado por Rafeiro do Alentejo.

Estalão da Raça

RAFEIRO DO ALENTEJO

ORIGEM

Portugal.

DATA DE PUBLICAÇÃO
DO ESTALÃO DE ORIGEM EM VIGOR: 04-11-2008.

UTILIZAÇÃO:

Guarda de propriedades e rebanhos.

CLASSIFICAÇÃO F.C.I.

Grupo 2 – Cães de tipo Pinscher e Schnauzer, Molossóides, Cães de Montanha e Boieiros Suíços.
Secção 2.2 – Molossóides, tipo Montanha.
Sem prova de trabalho.

BREVE RESUMO HISTÓRICO

Julga-se que este cão descende dos molossos do Médio-Oriente. De acordo com o seu tamanho e coragem foi utilizado pelas tribos cuja sobrevivência dependia da criação de rebanhos; tinha assim um papel primordial nessas comunidades.
No início da transumância, o que implicava a deslocação temporária de grandes rebanhos, constatou-se que o gado estava exposto a numerosos perigos no decurso desses longos trajectos.
Nas estradas em direcção às montanhas no Verão e aquando do regresso às planícies no Inverno, os rebanhos foram sempre acompanhados por grandes cães; daí resultou que a raça se expandisse de uma região para a outra ao longo destes percursos.
Tal facto explica a chegada deste cão possante, denominado Rafeiro do Alentejo desde o final do século XIX, às planícies alentejanas.

ASPECTO GERAL

Cão de grande tamanho, possante, rústico, sóbrio e tranquilo. De perfil, a cabeça é ligeiramente convexa; o conjunto da estrutura é mais comprido do que alto (sub-longilíneo).

PROPORÇÕES IMPORTANTES

Rectangular (sub-longilíneo); sendo a altura ao garrote ligeiramente inferior ao comprimento do corpo.
A relação largura/comprimento do crânio deve ser 1/2.
A relação comprimento do chanfro/comprimento do crânio deve ser 2/3.
A altura do peito deve ser ligeiramente menor do que metade da altura ao garrote.
Excelente guarda das herdades e quintas. É igualmente útil para a protecção de rebanhos, sobretudo durante a noite, sendo pouco tolerante na defesa do território ou das propriedades que lhe são confiadas. A expressão é calma e confiante, nem agressivo, nem tímido.

CABEÇA

Volumosa, quase maciça, proporcionada ao seu tamanho; larga na parte posterior do crânio, mais estreita e menos convexa na fronte. Os eixos superiores crânio faciais moderadamente divergentes.

REGIÃO CRANIANA

Crânio: Largo; abaulado nos dois eixos; arcadas supraciliares não salientes; sulco frontal pouco pronunciado entre e acima dos olhos; protuberância occipital pouco marcada; as faces laterais são bem musculadas.
Stop: Pouco pronunciado.

REGIÃO FACIAL

Trufa: Oval, com a extremidade ligeiramente truncada de cima para baixo e de diante para trás; narinas bem abertas de cor preta.
Chanfro: Direito, com corte transversal abaulado. A base é larga e alta, estreitando moderadamente até à extremidade; o chanfro é mais curto que o crânio.
Lábios: Pretos, ligeiramente arredondados à frente, sobrepostos, bem rasgados; espessura média; de perfil inferior ligeiramente curvo.
Maxilas/dentes: Fortes e bem desenvolvidos; articulação em tesoura, sendo tolerada a articulação em pinça.
Faces: Ligeiramente marcadas com região masseteriana saliente.
Olhos: Pequenos; de forma elíptica, à flor da pele, castanhos (de preferência escuros). Pálpebras de pigmentação escura, firmes e acompanhando a forma do globo ocular. Expressão calma.
Orelhas: Colocadas a média altura, pouco móveis, pequenas, dobradas e pendentes. A base é estreita; o comprimento é igual ou ligeiramente superior à largura. Triangulares e arredondadas na extremidade. Quando o cão está atento, as orelhas ficam dobradas, mantêm-se direitas na base e as dobras tornam-se mais marcadas no sentido longitudinal.

PESCOÇO

Boa saída de pescoço; direito; curto; forte; com uma só barbela (simples) de espessura regular e em proporção com o tamanho do cão.

TRONCO

Possante; bem musculado, o comprimento é ligeiramente superior à altura ao garrote, volumoso.
Linha Superior: Direita, quase horizontal, tolerando-se uma ligeira inclinação da frente para trás.
Garrote: Pouco saliente, bem ligado ao pescoço.
Dorso: Ligeiramente mergulhante, quase horizontal.
Lombo/Rim: De comprimento médio; direito e largo; bem musculado.
Garupa: Ligeiramente descida; de comprimento médio; larga e musculada, em proporção à corpulência.
Peito: Largo; bem descido, à altura do cotovelo ou ligeiramente abaixo.
Peitoral: Largo, muito pouco marcado.
Costelas: Bem arqueadas; ligeiramente inclinadas para trás.
Linha Inferior e ventre: O esterno é quase horizontal; o ventre não é arregaçado, e prolonga a linha do esterno.

CAUDA

De inserção média no prolongamento da garupa; espessa na base, pode ser ligeiramente encurvada ou voltada na extremidade, mas não quebrada; comprida. Em repouso, cai pelo menos até ao jarrete, de preferência um pouco abaixo; quando em acção pode levantar e enrolar sem se apoiar na linha superior.

MEMBROS

MEMBROS ANTERIORES: Fortes, afastados, bem aprumados de frente e de lado.
Ombros: Fortes; de comprimento médio; bem desenvolvidos e musculados; angulação escapulo-umeral próxima dos 105º.
Braços: Fortes; de comprimento médio; inclinados e musculados.
Cotovelos: Encostados ao tórax, nem virados para dentro nem para fora; angulação úmero-radial entre 130º e 135º.
Antebraços: Verticais; compridos; fortes; bem musculados.
Carpos: Espessos; com boa articulação.
Metacarpos: De comprimento médio; espessos; ligeiramente inclinados.
Mãos: Os dedos são grossos, fechados (não afastados) e ligeiramente encurvados (arredondados); unhas fortes, variando de cor conforme a pelagem; as almofadas são espessas e resistentes.

MEMBROS POSTERIORES: Fortes; afastados; bem aprumados vistos de trás e de lado.
Coxas: Compridas; largas; musculadas mas sem exagero; angulação coxo-femural cerca de 105º.
Joelhos: Articulações fortes; na linha do corpo sem desvios para fora; angulação femuro-tibial entre 125º e 130º.
Pernas: Fortes; moderadamente inclinadas; de comprimento médio; bem musculadas.
Tarsos: Fortes; secos, de altura média; com angulações tíbio-társicas cerca de 140º.
Metatarsos: Grossos, de comprimento e altura médios; muito ligeiramente inclinados; podem apresentar presunhos simples ou duplos.
Pés: Idênticos às mãos.

ANDAMENTOS

Pesados, lentos, bamboleantes sem exagero.

PELE

Espessa, quase tensa; mucosas internas parcial ou totalmente pigmentadas de preto, sendo as externas totalmente pigmentadas.

PELAGEM

PÊLO: Pêlo curto ou preferencialmente de meio comprimento; espesso, liso e denso, regularmente distribuído até aos espaços inter-digitais.
COR: De cor preta, lobeira, fulva ou amarela, tigradas ou não, sempre com marcas brancas; branca com marcas das cores precedentes.

ALTURA E PESO

Altura ao Garrote:
Machos de 66-74 cm.
Fêmeas de 64-70 cm.
Peso:
Machos de 45-60 kg.
Fêmeas de 35-50 kg.

DEFEITOS

Qualquer desvio em relação ao estalão deve ser considerado como defeito e penalizado de acordo com a sua gravidade e das suas consequências na saúde e bem-estar do cão.
Comportamento: Timidez.
Aspecto geral: Má condição, magreza ou obesidade.
Chanfro: Comprido, estreito, de perfil ligeiramente curvo ou truncado verticalmente.
Linha dorsal: Encarpada ou enselada.
Garupa: Comprida, muito descaída, estreita.
Cauda: Inserção muito alta ou muito baixa.
Membros: Jarretes fechados; muito aberto de frente; angulação incorrecta e falta de verticalidade dos tarsos.
Pés: Não proporcionados ao tamanho, planos ou pés de lebre.
Pelagem: Em más condições; pêlo comprido, cerdoso ou ondulado.

DEFEITOS GRAVES

Aspecto Geral: Construção ligeira ou linfática.
Cabeça: Não proporcionada ao tamanho, falta de volume, stop pronunciado, crânio plano e estreito, eixos crânio-faciais paralelos.
Olhos: Claros, não elípticos, inclinados; os bordos das pálpebras não acompanhando o globo ocular.
Orelhas: Grandes, arredondadas, não dobradas, não caídas, parcialmente cortadas.
Pescoço: Ausência de barbela, barbela demasiado pregueada ou dupla.
Peito: Estreito e costelas planas.
Cauda: Enrolada em repouso, gancho na extremidade, curta, cortada.
Mucosas: Despigmentação parcial da parte externa da boca, das pálpebras, dos lábios e do nariz.
Tamanho: Machos – menos de 66 cm ou mais de 75 cm. Fêmeas – menos de 64 cm ou mais de 71 cm.

DEFEITOS ELIMINATÓRIOS (DESQUALIFICAÇÕES)

Comportamento: Agressivo ou medroso.
Tipo: Atípico.
Aspecto Geral: Construção muito ligeira ou muito linfática.
Cabeça: Muito estreita e comprida.
Chanfro: Muito comprido; de perfil convexo.
Maxilas: Prognatismo superior ou inferior.
Crânio: Muito estreito.
Olhos: Demasiado claros, de tamanho e cor diferentes.
Orelhas: Muito mal implantadas, excessivamente grandes e redondas.
Cauda: Anuros.
Mucosas: Despigmentação total (albinismo), da boca, dos lábios e do nariz.
Pêlo: Muito curto.
Todo o cão que apresentar, de forma evidente, anomalias de ordem física ou comportamental deve ser desqualificado.
Nota: Os machos devem apresentar os dois testículos, de aparência normal, bem descidos no escroto.

Publicações

Publicações - ACRA

Livros publicados sobre o Rafeiro do Alentejo

Alpoim, JA (1999). "O Rafeiro do Alentejo - Monografia da raça", Edição da Câmara Municipal de Monforte.

Alpoim, JA (2012) "O Rafeiro do Alentejo -Uma Velha Paixão", Edição do Autor.

Para compra contactar o autor (joseabreualpoim@oninet.pt) ou a ACRA (geral@acra.org.pt)

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